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terça-feira, 7 de junho de 2011

March ressuscita o termo 'popular' e chega em outubro para anabolizar Nissan

 

A Nissan cansou de ser pequena no Brasil. Como mudar? Apostando num carro pequeno, para ganhar no volume de vendas, e em imagem, para melhorar a aceitação. O carro é o March, subcompacto apresentado mundialmente em março de 2010 no Salão de Genebra, e que chegará importado do México no final de outubro, com preço abaixo dos R$ 30 mil e ressuscitando oficialmente o termo "carro popular". Antes disso, porém, o modelo será massivamente exibido a compradores em potencial por todo o país, num evento itinerante ( Denominado, Nissan Inova Show).
Com o March (conhecido como Micra em alguns mercados), a Nissan espera entregar 4 mil unidades nos primeiros seis meses, chegando a dobrar este volume no pico de vendas -- o que corresponde a uma participação que vai de 4 a 10% num segmento que tem como expoentes Volkswagen Gol G4, Fiat Uno, Chevrolet Celta, Ford Ka e Renault Clio. Atualmente, o carro mais vendido da marca é o monovolume nacional Livina, com média de 1.500 unidades/mês, segundo a Fenabrave. No total, contando também os importados, a Nissan emplaca cerca de 5 mil unidades ao mês. Com o empurrão, a empresa praticamente dobraria suas vendas totais, e estaria a caminho de concretizar a meta de responder por 5% do mercado nacional até 2014 (atualmente, a Renault detém 5% de participação, ocupando a quinta colocação geral).
"Temos uma boa linha de produtos, bastante competitiva, mas de difícil reconhecimento. Tanto que, até 2009 [quando a marca tinha menos de 1% de participação de mercado], praticamente não existíamos e isso não é mais uma situação possível", afirmou o presidente da Nissan do Brasil, Christian Meunier, em um evento à imprensa e a concessionários nesta segunda-feira (6). "Temos de nos aproximar dos consumidores e da mídia, e mostrarmos um produto com bom custo de manutenção para ser competitivo", complementou o executivo.

NIPOMEXICANO

O March mostrado hoje à imprensa -- e que excursionará pelo país a partir deste final de semana, num evento aberto ao público que começa em São Paulo, percorrerá ao todo 30 cidades num período de 51 semanas (quase um ano), e que também contará com a participação do elétrico Leaf,  ainda não representa o modelo que será vendido por aqui no último trimestre do ano. Mas está bem próximo.
O carro mostrado na Europa há pouco mais de um ano tinha acabamento mais luxuoso (chegava a contar com teto solar e tela de LCD no painel) e motor de três cilindros, 1,2 litro e 80 cv a gasolina. Já o modelo fabricado no México, onde é vendido com preços equivalentes a algo entre R$ 15 mil e R$ 21 mil, será importado com o objetivo de ser "o primeiro carro popular japonês" no Brasil, como insiste a estratégia de marketing da Nissan -- inclusive com esse slogan colado na lataria dos carros.

Isso significa fazer uso massivo de plástico duro (painel, console e maçanetas, por exemplo), revestimento simplificado (forração de bancos e assoalhos) e motor mais tradicional, de quatro cilindros. Mas tudo montado com esmero, sem qualquer falha de encaixe ou marcas de que posso ter baixa durabilidade, padrão que "deve ser mantido no pacote brasileiro", apontam os representantes da Nissan, que garantem ter submetido protótipos do carro a dois anos de testes em condições brasileiras.


  O March mexicano é movimentado por um bloco a gasolina de 1,6 litro, 16 válvulas, que gera 106 cavalos de potência, 14,5 kgfm de torque e tem consumo urbano alegado de 15 km/l (lembre-se, com gasolina no tanque). O carro vendido por aqui terá, claro, motor flex em duas opções, 1,0 ou 1,6 litro, sendo que o de maior capacidade deve ter potência próxima (senão idêntica) à encontrada no bloco que anima, por exemplo, a gama do monovolume Livina (108 cv e 15,3 kgfm com etanol) -- nenhuma especificação foi revelada sobre o motor mil. O câmbio é manual de cinco marchas, mas no México há a opção de câmbio automático para uma configuração mais completa (com visual civil ou esportivado), algo que não foi confirmado, nem desmentido, para o Brasil.
Num circuito montado dentro do estacionamento de um parque de diversões, o March se mostrou desenvolto em manobras, estável em curvas e bastante esperto na aceleração. Mas devemos ressaltar que apenas a opção com motor 1.6 -- com força mais do que suficiente para mover os pouco mais de 900 kg da carroceria -- estava disponível. O interior tem qualidade acima do que vemos na categoria, mas o mesmo padrão de espaço, onde o motorista tem de conviver com o cotovelo do carona e, atrás, duas pessoas viajam bem e uma quinta se espreme. O porta-malas, com algo entre 230 e 250 litros, é razoável para um hatch pequeno.
Mas a grande diferença entre o March e outros modelos vendidos por aqui na faixa popular virá do pacote de equipamentos, que incluirá de fábrica itens de segurança (como airbags), de praticidade (direção elétrica e com ajueste de altura, computador de bordo multifunções e retrovisores elétricos), e de conforto (ar condicionado e rádio/CD/MP3, entre outros). O exemplo de competitividade vem de modelos chineses, e até o presidente da fabricante admite isso. "Os chineses são o incentivo para [o setor automotivo nacional] melhorar o custo de produção e o preço final, porém a diferença de tecnologia [no March] é grande", afirmou Meunier.



HAVERÁ UM MARCH NACIONAL?
A grande questão para o sucesso de um carro compacto de faro popular no Brasil diz respeito ao pós-venda: custo de manutenção e disponibilidade de peças, sobretudo. Este é um ponto que rende reclamações do consumidor sobre a Nissan atualmente, principalmente para os modelos importados do México, como o sedã Sentra e o Tiida hatch e sedã. Para os modelos feitos na fábrica de São José dos Pinhais (PR), a família Livina, o nível de críticas diminui muito. A marca não admite esta brecha, preferindo ressaltar os índices de satisfação dos compradores e o grande estoque de itens de reposição, mas o presidente admite que para "ser grande jogador no Brasil" com veículos de volume é necessário nacionalizar a produção do carro e das peças em algum momento.
O grande percalço para se ter um March made in Brazil, no entanto, vem do gargalo de produção no Paraná, que só seria resolvido com a construção de outra unidade. "Estamos estudando a situação, mas devemos achar a solução de logística, incentivos antes de definir", disse Meunier.

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