SEJAM BEM VINDOS QUE DEUS OS ABENÇOE

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

25 Dicas de Procedimentos Mecânicos e Elétricos





A quantidade de problemas mecânicos ou elétricos que um carro pode apresentar é muito grande e isso tem tornado a vida do mecânico automotivo cada dia mais difícil, pois é quase impossível um único profissional dominar todos os defeitos que podem ocorrer em um automóvel. Por este motivo elaboramos esta lista que contem varias dicas de problemas automotivos e procedimentos mecânicos e elétricos que iram te ajudar na hora de realizar  o diagnostico de um defeito que esteja tirando o seu sono.

01- Velas de Ignição: Verifique as condições das  velas de ignição quanto a eletrodos desgastados, pois isto pode provocar  uma mistura muito rica causando eventuais problemas relacionados a sonda lambda. Confira também se a aplicação da vela esta correta, a instalação de velas não especificadas pelo fabricante podem prejudicar o funcionamento da Unidade de Comando Eletrônica (U.C.E.), gerando falhas ou até mesmo danos seríssimos ao motor.


02- Tampa do Distribuidor e rotor: Nos carros que fazem uso do distribuidor é sempre bom verificar se não existe umidade, tricas e oxidação excessiva nos terminais elétricos. Estes tipos de problemas podem causar falhas no motor ou até mesmo dificultar na partida do mesmo.
03- Cabos de Velas: verifique se não ha cortes ou perfurações nos cabos, pois isto pode provocar fuga de centelha (centelha escapando) do cabo para o motor ou qualquer outro aterramento elétrico. Confira  com um multímetro automotivo a continuidade do cabo e observe também se os contatos elétricos do mesmo não estão oxidados.
04- Bobina de Ignição: Faça uma inspeção visual para verificar a existência de trincas e com o uso de uma ferramenta denominada centelhador verifique a qualidade da centelha produzida por esta bobina.
05-Combustível adulterado: O uso de combustível de má qualidade pode dificultar muito o diagnostico de um problema pois ele pode fazer com que a sonda lambda gere informações incorretas prejudicando o funcionamento do motor. O Combustível adulterado também pode danificar outros componentes do seu carro como: bomba de combustível, bicos injetores, velas de ignição e até mesmo partes internas do motor.


06- Baixa Compressão do Motor: A Baixa compressão de um ou mais cilindros pode ser provocada por pouca folga entre came e tuchos, camisa com desgaste excessivo (ovalizada), carbonização excessiva. Lembre-se que sempre que for realizar um teste de compressão do motor, não pode existir centelha e nem a injeção de combustível, por isso desconecte a central, bobina, reles de potencia, fusíveis ou que for mais fácil.
07- Vazamento de cilindros:  Este tipo de problema pode ocasionar falhas, baixo desempenho, estouros, etc. e geralmente é causado por mal assentamento de válvulas, junta de cabeçote danificada, deficiência dos anéis de seguimento e outros.
08- Nível de Carga da Bateria: sempre que for iniciar o diagnostico de algum defeito no sistema de injeção eletrônica ou na parte elétrica, comece verificando o nível de carga da bateria automotiva. Muitos problemas elétricos tem como origem a bateria, mas poucos os profissionais que a dão a devida atenção.
09-  Aterramento, Cabos Positivos e suas conexões: avalie estes itens a procura de oxidações, mau contatos, cabos rompidos ou com dimensões  inferiores ao original. Esse tipo de problema pode provocar dificuldade no acionamento do motor de arranque, baixo desempenho, desligamento repentino do motor e falhas generalizadas na iluminação do veiculo.
10- Chicote elétrico:  Faça uma analise visual em todo o chicote elétrico a procura de partes do mesmo que estejam em atrito com o motor ou a carroceria do automóvel, este tipo de contato pode levar a curto circuito entre fios do chicote com o aterramento do motor, causando vários tipos de defeitos. De uma atenção especial ao chicote que esta conectado a U.C.E. pois problemas nesta área  pode levar a queima da central.
11- Filtros de ar: Quando o filtro de ar esta em mas condições ele pode dificultar ou até mesmo impedir a passagem do ar, causando mal funcionamento no motor e falhas que não são indicadas por rastreadores. Isto acaba nos enganando e deixando o diagnostico mais demorado.
12- Filtros de Combustível: Sempre que detectar uma pressão e vazão da linha de combustível abaixo do normal, verifique o filtro de combustível. Poucas pessoas lembram de trocar esta peça na quilometragem especificada pelo fabricante o que pode provocar obstrução do filtro, dificultando assim a passagem do combustível e fazendo com que a pressão na linha fique alterada. Muito cuidado com este tipo de problema pois a obstrução deste filtro  pode levar a queima da bomba de combustível.
13- Entradas Falsas de Ar: Problemas como este pode provocar falhas no motor, mistura pobre, estouros no coletor de admissão, perca de potencia ou motor acelerado. Isto vai depender muito da estratégia utilizada pela U.C.E.  para calcular o tempo de injeção: ângulo de borboleta x Rotação, densidade x rotação, medição volumétrica e outros.
14- Fluxo de Gases no Escapamento: condições dos fluxos de gases de escapamento desfavoráveis, como no caso de um catalizador entupido pode diminuir consideravelmente o rendimento do motor e dificuldade para o motor abrir  giro.
15-Nível e Qualidade do Óleo Lubrificante: problemas como o excesso de óleo e a má qualidade do mesmo pode provocar uma carbonização excessiva da câmara de combustão, além de contaminar a sonda lambda prejudicando o seu funcionamento. Este tipo de defeito pode ocasionar a saída de fumaça pela descarga, falhas no motor e outros.
16- Conectores dos Sensores, Atuadores e Central: A oxidação, mal contato ou até mesmo o encaixe incorreto destes conectores pode provocar um isolamento elétrico e com isso o mal funcionamento destaspeças. Os defeitos provocados por este tipo de problema podem variar de simples falhas elétricas até a problemas na partida.
17- Sistema de Arrefecimento: Problemas na válvula termostática, Tampa do reservatório e bomba d’água ou até mesmo o baixo nível de agua além de provocar super aquecimento no motor, pode ocasionar bolhas de vapor na região do sensor de temperatura da agua, fazendo com que o mesmo gere informações erradas para a U.C.E..
18- histórico do Problema: É sempre importante levar em consideração o histórico do problema. Perguntas como: Foi após a instalação de um alarme automotivo? Foi após uma lavagem de motor? Foi depois de abastecer o carro? Como iniciou o Defeito? Este tipo de questionário pode ajudar você ou seu cliente a se lembrar da origem do problema. Garanto que uma simples conversa com o proprietário do automóvel vai te economizar tempo e trabalho desnecessário.
19- Pressão e Vazão da Linha de combustível: A  única forma de verificar o perfeito funcionamento do sistema de alimentação  de combustível é através do teste de pressão e vazão do combustível. Este teste é realizado com uma ferramenta chamada Manômetro. Problemas na linha de combustível podem causar, perca de potencia, falhas no motor, estouros no coletor, forte cheiro de combustível, consumo excessivo entre outros defeitos.
20- Sincronismo da correia Dentada: O perfeito sincronismo do motor é imprescindível para o bom funcionamento do mesmo. Quando há falta de sincronismo, pode existir o surgimento de vários defeitos como: marcha lenta irregular, baixo desempenho ou até mesmo a quebra do motor.
21- Distancia entre o Sensor de Rotação e a Roda fônica: a distancia entre estas duas peças deve esta entre 0,4 a 1mm. Quando esta distancia esta fora destas medidas o motor pode apresentar falhas, cortes intermitentes, dificuldades na partida e outros.
22-Mangueiras: Faça uma analise visual a procura de perfurações, obstruções e outros problemas nas mangueiras de: ar, combustível, agua, sensor MAP, regulador de pressão, corretores de marcha lenta, recirculação de gases e outras.
23- Sujeira e Carbonização: Peças como atuadores de marcha lenta, TBI’s, Bicos injetores, filtros, coletores de admissão, sonda lambda podem acumular sujeiras ou criar uma carbonização excessiva atrapalhando o seu funcionamento. Manter estas peças sempre limpas é muito importante para que o motor funcione corretamente.
24- Fuga de Corrente: Em muitos casos quando há o descarregamento da bateria automotiva o culpado é a fuga de corrente, que é a permanecia de algum consumidor elétrico do seu carro minando a carga da bateria aos poucos mas de forma continua. Aparelhos de som, alarmes automotivos, Rastreadores, módulos, luz de porta-malas são os maiores vilões, quando  assunto é fuga de corrente.
25- Fusíveis e Reles: Ao surgir algum defeito que provoque a inatividade de algum componente elétrico, sempre verifique os fusíveis e reles. Muitos defeitos elétricos podem ser resolvidos com uma simples analise dos fusíveis. Para isso sempre tenha em mãos o manual do proprietário para que você possa identificar qual o fusível  tem uma maior relação com o problema apresentado e onde ele esta localizado.
Dica Extra: Crie o habito de registrar todos os defeitos, falhas e serviços realizados no seu carro, pois isto pode ajudar muito na solução de problemas futuros.
Esta lista abrange uma boa parte dos defeitos que são comuns entre todos os carros,sendo assim sempre que tiver um contratempo com seu carro consulte estas dicas.
Gostou da lista? quer acrescentar alguma dica ou ficou alguma duvida? Deixe seu comentário.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Os novos caminhos para os motores a combustão



Menores e mais eficientes, os projetos e lançamentos das grandes montadoras no exterior indicam o futuro dos propulsores de combustão interna nos próximos anos

Fernando Lalli

Já faz alguns anos que as montadoras têm voltado suas pesquisas para o desenvolvimento mais acelerado de motores a combustão verdadeiramente eficientes, capazes de economizar combustível, agredir menos o meio ambiente e, ao mesmo tempo, desenvolver mais potência. Essa forma mais inteligente de se pensar o motor, e que, sob certo aspecto, parece ser a mais óbvia, passou a ser algo urgente com as constantes crises dos combustíveis e com o endurecimento das leis de emissões de gases por parte dos governos locais, principalmente na Europa e nos Estados Unidos.
Por isso, em breve, veremos nas ruas algumas configurações pouco usuais hoje em dia. Motores menores, com menos cilindros, mas turbocomprimidos e com injeção direta de combustível, além de outros recursos para compensar a perda de potência e torque com a cilindrada menor. O movimento de redução de tamanho dos blocos é chamado de downsizing, termo adotado para definir a tendência da construção de motores pequenos e mais econômicos com força equivalente a um bloco de cilindrada superior.
Um dos projetos mais recentes e mais característicos dos futuros padrões de construção é o motor Ecoboost 1.0, apresentado oficialmente pela Ford no Salão de Frankfurt deste ano e que estreará em 2012 no Ford Focus europeu. Trata-se de um bloco 1.0 com apenas 3 cilindros, projetado para oferecer o mesmo desempenho de um motor 1.6 convencional a gasolina. De acordo com a montadora, em sua versão mais potente, o Ecoboost 1.0 será capaz de atingir 120 cv e torque de 17 kgfm entre 1.300 e 4.500 rpm.


Para conseguir esses números, a Ford equipou o bloco com turbo de alto desempenho, capaz de atingir 250 mil rpm, injeção direta de gasolina e duplo comando de válvulas variável (Ti-VCT). Soluções como a saída de exaustão fundida na cabeça dos cilindros, bomba de óleo com compressor variável e o sistema de refrigeração dividido diminuem o tempo de aquecimento do motor e reduzem o consumo de combustível.
Os engenheiros da montadora também adotaram o uso de revestimentos especiais para reduzir as perdas internas por atrito, além de colocar as correias principais trabalhando imersas em óleo, para um funcionamento mais suave e silencioso. Por causa do número ímpar de cilindros, para balancear corretamente o bloco, foi adotada uma estratégia de compensação através do volante e da polia.
Também na Europa, o Energy TCe 115 da Renault vai começar a substituir os 1.6 16V a partir de 2012, segundo a montadora, e será 25% mais econômico. O TCe terá bloco de 1.2 l e 4 cilindros, mas também adota turbo, injeção direta, duplo comando de válvulas e bomba de óleo com compressor variável, chegando a resultados semelhantes de potência: 115 cv e 19 kgfm de torque entre 2.000 e 4.000 rpm. Entre as principais diferenças, o motor da Renault tem o bloco feito de alumino e usa corrente no lugar da correia. Até 2015, a montadora espera que o propulsor esteja equipando 85% de seus carros vendidos na Europa.


Entretanto, enquanto a Ford e a Renault estão preparando o terreno, a Fiat já disponibiliza no Velho Mundo o compacto 500 com motor TwinAir de apenas 2 cilindros e 900 cilindradas. Com as mesmas características de alimentação do Ecoboost 1.0 e do TCe 115, de acordo com a Fiat, o propulsor emite 30% menos CO2 na atmosfera e desenvolve 65 cv de potência e 14,8 kgfm de torque.


Para não deixar que qualquer quantidade de combustível seja queimada em vão, tanto o TwinAir quanto o TCe 115 da Renault contam também com o auxílio do dispositivo Start & Stop, que desliga o motor quando o motorista pára o carro e automaticamente volta a ligá-lo ao mais leve toque no acelerador. Hoje visto em carros mais luxuosos, o sistema tem tudo para se popularizar daqui pra frente em todos os segmentos do mercado.
Parceria - Graças ao bom momento econômico do Brasil, a tecnologia do downsizing não está distante de nós – pelo contrário, já roda em nossas ruas. Um dos exemplos é o motor THP, desenvolvido pela PSA (Peugeot/Citroen) em conjunto com a BMW, e que equipa o crossover Peugeot 3008 e o recém-chegado esportivo RCZ. O propulsor tem 1,6 l de capacidade cúbica, 16 válvulas com duplo comando e segue a tendência do uso da combinação entre turbo e injeção direta de combustível.


A montadora francesa detalha que, no THP, o alternador, a bomba de óleo, a turbina do motor, a válvula termostática, a bomba d’água e o comando de válvulas de admissão são comandados segundo estratégias definidas pelo módulo da injeção eletrônica, o que permite um controle mais preciso do funcionamento de cada atuador, sem desperdícios de energia. O resultado, além da economia e da redução de emissões, é uma potência de 156 cv e torque máximo de 24 kgfm logo aos 1.400 rpm; números superiores, por exemplo, aos do motor 2.0 16V que equipa o sedã Peugeot 408.
A parceria entre a montadora francesa e a BMW gerou também o motor VTI, que equipa algumas versões básicas do Mini Cooper vendido no Brasil e outros modelos da Peugeot na Europa. O bloco, também de 1.6 l, apesar de dividir diversos componentes com o THP, se vale de tecnologias de princípios diferentes. Além de ser aspirado, possui dois sistemas de variação de abertura de válvulas: enquanto um faz a variação contínua dos tempos da injeção e da exaustão (VVT), outro sistema faz esse ajuste considerando a posição do acelerador, tudo para tentar reduzir a quantidade de combustível no cilindro ao estritamente essencial de acordo com a aceleração do motorista.
O VTI rende 120 cv de potência e 16 kgfm de torque a 4.250 rpm. De acordo com dados da Peugeot, tanto o VTI quanto o THP tornaram os veículos que equipam pelo menos 10% mais econômicos e menos poluentes que os modelos anteriores.
Uniformidade de configurações - Além da parceria com a Peugeot, a BMW aponta outra tendência para quem ainda vai produzir motores de capacidade cúbica maior. O projeto de sua futura plataforma, que surgirá sob o conceito EfficientDynamics, partiu do princípio do cilindro “ideal” para multiplicá-lo em blocos de 3, 4 e 6 cilindros em linha, que poderão dividir até 60% das peças entre si. Esse cilindro terá 0,5 l de capacidade cúbica, e gerará motores a gasolina e a diesel, de 1.5, 2.0 e 3.0 litros, com turbo, injeção direta e demais tendências. A marca ainda não estipula datas para o início da produção dessa linha, mas, sim, poderemos ver em breve um BMW com motor de 3 cilindros e, ainda por cima, transversal, o que é algo impensável para muitos fãs puristas da marca...



Outra montadora que tem planos muito parecidos é a Volvo, que declarou recentemente que, até 2020, pretende equipar todos os seus modelos apenas com motores de 3 ou 4 cilindros, também construídos sobre uma plataforma comum de cilindros idênticos de 0,5 litro.
Estes e tantos outros exemplos são indícios de que algumas quebras de paradigmas estão só começando no conceito de motorização do automóvel. Antes que o carro elétrico ou qualquer outra tecnologia alternativa se torne simplificada o bastante para ser massificada, os carros movidos a motores de combustão interna perdurarão por muito tempo, mas adequados a um mundo que tem que se renovar por inteiro, a começar pela mentalidade da indústria e do consumidor. 

E você, profissional da reparação, está preparado para mudar junto com o mercado?

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Lubrificação sob medida



Venda de óleos lubrificantes a granel é uma das soluções encontradas para diminuir a poluição do planeta por conta do descarte de embalagens plásticas. Mais barato e econômico, o sistema vem ganhado espaço nas oficinas do Brasil

Victor Marcondes

Uma forma diferente de comercializar óleos lubrificantes está invadindo as oficinas nacionais. Ao invés de eliminar quilos e quilos de embalagens no lixo, os profissionais da reparação preferem ter o controle exato do produto dentro de um barril especial conhecido como granel. Apesar de não ser uma novidade no mercado, são poucos os estabelecimentos que utilizam esta alternativa. E não é por acaso, afinal, mesmo com a chancela dos seus mecânicos de confiança, os motoristas ainda dão preferência para as embalagens tradicionais.
Os granéis são tambores que, geralmente, comportam 200 litros, ou conforme a necessidade da empresa, e são abastecidos com o mesmo produto vendido nos vasilhames comuns, que têm bem menos litros. Basicamente, o negócio se diferencia porque o consumidor paga apenas pelo volume que será aplicado em seu veículo, evitando desperdícios ou sobras.
O gerente de marketing de Pesados da Castrol, Fabio Aubin, comenta como isso acontece na prática. “Um cárter de carro pode ter capacidade para 3,7 litros. O dono deste carro precisará comprar 4 litros de óleo na embalagem tradicional, ou seja, estará comprando mais óleo do que precisa. Com o granel o consumidor pagará pelo volume que realmente precisa. Além disso, o preço do granel é um pouco mais em conta do que o das embalagens comuns.”
A coordenadora de qualidade de produtos da Petrobras Distribuidora, Izabel Tereza, confirma como os benefícios acabam atingindo o bolso do motorista. “O consumidor final terá como vantagem o preço inferior em cerca de 10%, pois neste caso ele não estará pagando pela embalagem plástica. Por haver um medidor, existe mais precisão do volume que está sendo colocado no motor de seu carro”.
Para vender neste sistema é preciso que a oficina tenha um espaço para instalação de um equipamento específico para bombear o produto. Pode ser por compressão a ar ou manual, dependendo da distribuidora. O sócio-administrador da Redave Peças e Serviços, Helton Rech, que passou a utilizar barris em prol do meio ambiente, fala dos investimentos que fez em sua loja. “Cada tambor de óleo utiliza uma bomba. Colocamos o produto em jarras transparentes com medidas, para termos a certeza que estamos aplicando na quantidade correta. Cada bomba custou em média R$ 300,00.”
Ele afirma que começou a ver vantagens no granel desde que implantou em seu centro automotivo. “A primeira é o custo do produto que é inferior ao do óleo nas embalagens plásticas, a segunda é a redução da quantidade de frascos que temos que encaminhar para aterros especializados, já que não podem ser destinados para o lixo reciclável comum. O armazenamento do produto também é outro ponto a favor, pois ocupa menos espaço do que as caixas de óleo.”
Convencendo o cliente
Infelizmente, o consumidor ainda não confia suficientemente nesta nova maneira de comprar lubrificante. A credibilidade acaba quando se desconfia que pode haver adulteração do conteúdo do barril. A solução para isso, segundo Andrea T. Alves, coordenadora de marketing da Cosan - Lubrificantes Mobil, “é mostrar o lacre numerado de segurança na entrada dos mini-tanques com a data e nota fiscal da ultima entrega e expor o Certificado de Qualidade em local visível.”
Para conquistar o cliente, Helton diz que o seu argumento é comparar o granel com os frascos comuns. “Digo que o óleo que estamos oferecendo tem a mesma qualidade que o embalado, sendo o mesmo produto é da mesma marca que nossa empresa sempre comercializou. Em alguns casos chegamos a mostrar a nota fiscal da fábrica, comprovando que o óleo é da referida empresa.”
Além de mostrar a nota fiscal, a Castrol recomenda que o aplicador trabalhe com processos de segurança, qualidade e profissionalismo. “As lojas Castrol Auto Service ou mesmo lojas bandeiradas de outras grandes empresas do setor, passam por diversas auditorias que dão maior credibilidade ao consumidor”, diz Fabio. Porém, ele diz que mesmo assim isso não garante 100% de credibilidade, o que faz com que este segmento enfrente uma grande barreira para crescer nas lojas mecânicas e super trocas.
A validade do produto é outro fator que o aplicador deve sempre estar atento. O prazo pode variar de uma marca para outra. Por exemplo, no caso da Petrobras o tambor deve ser esgotado em até seis meses. O óleo lubrificante da Mobil, por sua vez, pode durar até 60 meses. Já a Castrol afirma que o tempo deve ser verificado na etiqueta de cada granel, pois pode variar dependendo da fórmula.
Benefícios ambientais
Sem dúvidas, a sustentabilidade nesta forma de comercializar óleo para motor é o grande mote para a continuação e insistência neste mercado. “A redução de lixo produzido é a principal vantagem para o meio ambiente. Gostaria que as oficinas mecânicas do Brasil passassem a usar mais este formato, para acostumar os clientes na procura por este tipo de produto”, analisa Helton. De acordo com ele, sua empresa comercializa em média quatro tambores de 200 litros por mês. “Isso gera uma redução de 800 embalagens que não precisam ser descartadas no lixo.”
Com as vendas de lubrificantes a granel, a Mobil conseguiu diminuir a produção de embalagens plásticas, evocando sua responsabilidade ambiental, tida como pilar fundamental para os negócios da marca. “Desde 2006, quando a companhia iniciou as vendas a granel, mais de 16 milhões de embalagens deixaram de ser utilizadas, para benefício do meio ambiente”, conta Andrea.
Agindo com a mesma fórmula de produção, a Petrobras estima que a não fabricação de 200 embalagens de 1 litro do óleo equivalem a menos 2,5 toneladas de CO2 emitidas na atmosfera. A Castrol, por sua vez, afirma enxergar os benefícios que a venda de lubrificante em tambor proporciona ao planeta, mas prefere omitir estes dados estratégicos.
A palavra sustentabilidade nunca foi tão amplamente empregada como nos tempos atuais. A insistência não é por acaso, está obrigando a indústria a desenvolver novas formas de comercializar produtos já consolidados no mercado. São projetos simples e inovadores como o granel que ajudam a refletir o consumo consciente, mais responsável. Apostar neste novo método também convida motoristas a repensar a forma de adquirir lubrificante para o motor do veículo. O processo é novo, mas tem tudo para dar certo. Para o mecânico não custa nada tentar e incentivar.

sábado, 10 de setembro de 2011

Segurança e bom senso


Proibição do kit xenon afeta todos os carros adaptados sem autorização e registro. Carros com sistema original de fábrica e os regularizados antes da resolução estão liberados

Fernando Lalli

Depois de muita polêmica envolvendo consumidores, fabricantes e autoridades, os faróis de xenon não originais foram definitivamente proibidos no último dia 2 de junho. Nesta data, foi publicada a resolução nº 384 do Contran, que altera o Código de Trânsito Brasileiro quanto às modificações permitidas nos veículos. Agora, os populares kits que convertem em xenon os faróis originalmente projetados em lâmpadas halógenas (comuns) não podem mais ser instalados.
Quem insistir em usar o kit de forma irregular estará sujeito a multa de R$ 127,69 e perda de 5 pontos na carteira do motorista. Os únicos casos liberados de uso dos kits xenon são os veículos autorizados via CSV (Certificado de Segurança Veicular) pelo Contran antes da data de publicação da nova lei. Esta autorização, que deve constar na documentação do carro, não será mais emitida.
Muito populares nos últimos anos entre os carros de rua e praticamente uma regra entre os adeptos do “tunning”, os farois de xenon chegam a iluminar com três vezes mais intensidade do que os equipados com lâmpadas comuns, de halogênio. Para quem usa o kit adaptado, a maior iluminação causa a sensação de segurança pela visibilidade ampliada, mas o que pode acontecer é justamente o contrário. “O uso do kit xenon em faróis convencionais projetados para lâmpadas de halogênio provoca alto índice de dispersão de luz, o que compromete a segurança dos motoristas e pedestres”, explica o gerente nacional de vendas da Osram, Cirilo Moscatelli.
A Osram, que fabrica esse tipo de lâmpada, salienta que os sistemas de iluminação xenon originais de fábrica são capazes de utilizar toda a capacidade de emissão de luz com eficiência, através do controle de direcionamento de luz e outros dispositivos que evitam sua dispersão. “Nenhuma adaptação do sistema de iluminação é recomendada, porque compromete toda a distribuição de luz prevista no projeto original de um farol ou lanterna”, alerta Cirilo.

Outra fabricante de lâmpadas e kits xenon, a Philips, ressalta que o assunto foi amplamente debatida em câmeras temáticas, junto ao AEA e departamentos de trânsito do governo, e que seria possível fazer a adaptação sem comprometer a segurança nas ruas. “Havia o entendimento de que existiam kits de qualidade que, quando bem instalados e feitos os procedimentos de regulagem, não ofereciam riscos aos motoristas”, conta o diretor comercial de aftermarket na America Latina da Philips Iluminação Automotiva, João Paulo Borgonove.
João Paulo explica que a instalação dos kits era permitida pelo Contran aos usuários que procurassem a regulamentação via CSV. “Neste contexto, o Kit era um acessório legal e não trazia riscos”, afirma. Mas pesou contra o kit xenon a quantidade de veículos com alterações irregulares e sem autorização dos órgãos de trânsito. “Sob essa perspectiva, a proibição foi benéfica, pois diminuirá a possibilidade de ocorrer acidentes de trânsito”, completa.
Oriente bem o seu cliente


Quem possui a autorização do Contran para uso do kit no registro do veículo ainda poderá utilizar o xenon, mas sua instalação em outros carros está definitivamente proibida desde a publicação da nova resolução. Por isso, também cabe ao mecânico o papel de conscientizar o proprietário que quiser insistir na irregularidade da instalação do xenon. “Em decorrência desta resolução, o procedimento correto é orientar o consumidor de que esta instalação está proibida e o usuário estará sujeito à multa”, atenta João Paulo, da Philips.
Caso o mecânico receba um cliente com o kit xenon instalado, ele deve observar se a adaptação foi autorizada e registrada no Certificado de Registro de Veículo. “Caso contrário, o mecânico deve orientar o cliente a desinstalar o kit e instalar uma lâmpada que esteja dentro das leis”, orienta Cirilo, da Osram. O mecânico também pode explicar aos seus clientes, que não quiserem voltar utilizar as lâmpadas comuns, que existem opções no mercado dentro das leis em vigor que podem substituir o xenon sem comprometer a segurança dos outros motoristas.

“Existem dois tipos de consumidores que compravam os kits xenon: aqueles que gostam de ter o carro mais atrativo, com efeito jovial e moderno, em que a cor da luz branca era mais apreciada, e os que são atraídos pela maior capacidade de iluminação das lâmpadas xenon”, explica João Paulo, ressaltando que a Philips disponibiliza diversas opções no mercado de reposição em conformidade com as atuais legislações, oferecendo mais iluminação e visual diferenciado.
A Osram, por sua vez, alerta que alguns proprietários têm optado por usar lâmpadas de 100 Watts para substituir o xenon, que também são proibidas pela legislação. Pior ainda: estas lâmpadas liberam uma alta quantidade de calor que pode deformar as lentes dos faróis, além de consumir mais corrente elétrica, o que pode danificar o sistema elétrico do veículo, queimar o chicote elétrico, provocar risco de incêndio e a perda da garantia do veículo.
Colocando todas estas informações ao proprietário, o mecânico fará com que ele pense duas vezes antes de privilegiar seu gosto pessoal em detrimento da segurança, tanto a dele quanto a do próximo. Será que vale a pena arriscar?


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