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quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Por que os carros quebram?



Esta é uma bela pergunta e não existe uma boa resposta para ela. Nem ao menos razoável. Os carros quebram, porque nada é eterno. Ainda mais um produto que depende de tantos outros para funcionar. E, se paramos para pensar sob este ponto de vista, até que os carros são bem resistentes, e insistentes.

Basta dar uma volta pelas ruas de qualquer cidade brasileira (e, principalmente, argentinas) para comprovar isso. Há cada ximbica rodando, em movimento, caindo aos pedaços, no melhor estilo lata velha que muitas vezes me pergunto: “Será mesmo que estou vendo isso?” E o pior, os olhos não se enganam. A resistência destes veículos me impressiona.

Então, chego a uma conclusão: carro foi feito para andar e ele vai fazer tudo o que pode para manter esta condição. É como um paraquedas. A informação que todo principiante recebia era exatamente esta: paraquedas foi feito para abrir... se não abrir, é porque você fez algo errado.

E é verdade. Claro que para o paraquedas abrir direito é preciso saber manuseá-lo também em solo. É preciso saber dobrá-lo e mantê-lo em condições mínimas de “usabilidade”, além de fazer revisões a cada salto, para saber se todos os componentes estão em ordem. Quem seria o louco de subir em um avião para saltar de paraquedas sem um equipamento revisado?

Então, por que será que tanta gente deixa de lado a revisão do automóvel? Ah!, este é assunto para outra coluna... vamos voltar ao tema principal. Por que os carros quebram? Porque manutenção é coisa para ser feita quando um produto apresenta defeito e, enquanto o carro está funcionando, mesmo que mal e porcamente, não precisa consertar.

Esta é uma mentalidade que precisa mudar, principalmente na cabeça do reparador, por uma simples razão: a tendência é de os carros quebrarem cada vez menos, mesmo sem manutenção. O motivo? Simples, porque para as montadoras, carro bom não quebra, mesmo sem manutenção.
As evidências estão por aí. A cada novo lançamento, o espaço entre as revisões cresce. Já teve montadora que chegou a anunciar troca de óleo a cada 20 mil quilômetros... claro que não funcionou direito, mas ficou a intenção. Hoje, trocas de óleo a cada 15 mil quilômetros são normais. Há alguns anos, era 3 mil quilômetros. Em resumo, o tempo de visita à oficina aumentou em cinco vezes.

E assim vai. Apesar de o carro ser um produto formado pela soma de diversos componentes, a indústria automotiva em geral, orquestrada pelas montadoras, tem investido centenas de milhões de dólares por ano no aperfeiçoamento da qualidade dos produtos e, com isso, aumentado a vida útil das peças.

Isso é bom para todo mundo, inclusive para o reparador, mas, é preciso uma mudança de mentalidade, porque se carro bom é aquele que não quebra, lembre-se que ele só não quebra porque é bem cuidado. E este deve ser o papel do reparador de hoje: cuidar do carro do cliente para que ele não quebre.

Assim, não espere o cliente entrar na sua oficina em busca de um serviço, proponha uma visita para uma revisão. Pode ser que o carro dele esteja “doente” e ele nem saiba. Muitos problemas de motores hoje representam aumento de consumo de combustível e uma simples troca de velas pode resolver o caso.

Mostre ao cliente que custa mais barato manter o carro com a manutenção em dia do que esperar o pior. Mas, antes disso, convença a si mesmo.

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