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terça-feira, 31 de maio de 2011

Você sabe quando a falha é um defeito ou um aviso?

Geral 
Escrito por Amil Cury    

Na última edição, explicamos o que é rede de comunicação em um veículo e como ela
funciona. Essa explanação foi necessária para que possamos, a partir de agora, falar
sobre a importância de se entender os sinais dados pelo carro, quando apresenta algum
defeito.

Com o passar do tempo, todos os sistemas automotivos tem apresentado evoluções
importantes, com substituição de materiais mais leves e duráveis, sempre com objetivo
de reduzir custos de produção, minimizar os impactos ambientais e tornar os veículos
mais econômicos.

Com a evolução das redes de comunicação, os carros ficaram mais seguros, e ganharam
mecanismos de proteção que forçam o motorista a buscar manutenção para evitar danos
maiores, em caso de defeitos.

Estratégia
Para evitar que certas falhas no sistema embarcado do veiculo, a ECU se utiliza de
certos “procedimentos” de auto proteção e de proteção ao próprio veiculo. Veremos
como isso atua no decorrer da matéria.

Medicina veicular 
Assim, é preciso prestar atenção ao efetuar o diagnóstico veicular. Isso é muito
importante para nós, da reparação automotiva, pois indica que, a partir de agora, somos
como médicos que entrevistam o paciente para saber quais são os sintomas, pedem
exames para obter informações que estão além dos olhos e, pela análise de todos esses
dados, dá um diagnóstico e receita um tratamento. Somos doutores em automóveis.

Nossos exames são as leituras dos aparelhos de diagnose, scanners, vacuômetro,
multímetro etc., e se não soubermos interpretar esses resultados, não conseguiremos
mais consertar a parte de eletrônica embarcada nos veículos. É muito importante que o
reparador aprenda isso, pois como vimos acima, no tópico Estratégia, o defeito, agora,
pode ser fabricado pelo próprio carro e, assim, se tornar mais difícil de encontrar. A
causa do problema pode ser uma estratégia adotada pela ECU.

Já tive diversos casos de carros da Peugeot que chegaram à oficina com o motor
falhando e, em algumas vezes, não pegava mais. Ao passar o scanner, a informação que
se tinha era de falha de injeção, porém, depois de repassar todo o sistema e efetuar testes
em todos com componentes individualmente, não encontramos nada de errado, porém, o
carro continuava a falhar, mas uma avaria que muitos acham não ter relação com esse
problema foi a causadora da falha: “interruptor do pedal de freio”
O que as luzes de freio tem a ver com o sistema de injeção? Por que o mau
funcionamento deste componente causa falha no motor? 
A resposta, caro amigo reparador, é segurança. Trata-se de uma estratégia de segurança
da montadora avisando ao motorista de uma forma bem eficiente que algo está errado
no veiculo, pois a falta de sinalização de frenagem aumenta as chances de colisão
traseira o que pode ocasionar um acidente grave, até mesmo com risco de morte.
Raramente o motorista percebe a falha nas luzes de freios ou mesmo percebendo isso
acaba naquela situação bem conhecida “depois eu arrumo isso”.

Nos carros nacionais as estratégias de proteção são comuns desde o ano 2000 e, nos
importados, começou por volta de 1995. Nos dias de hoje, isso já não é mais privilégio
dos automóveis de luxo. Tem muito popular que funciona assim. A indústria brasileira
automotiva não está tão distante assim dos demais mercados. 

Mais alguns exemplos desse tipo de estratégia: é muito comum uma sequência de bicos
parados no Fiat Palio. Podem ser os próprios bicos, chicote ou mesmo o módulo, mas
com a dita estratégia, entram no diagnóstico também as velas e as bobinas, pois se o
sistema está com uma falha elétrica por que continuar injetando combustível? Assim, o
módulo corta o funcionamento do bico, para proteger o sistema.

Em alguns modelos da Honda e da Mitsubishi temos uma condição confusa: o carro
pega e morre. Onde para muitos a causa é o imobilizador, verificamos que o problema é
a falta do sinal do sensor de fase. É comum a idéia de que sem sinal do sensor de fase o
veículo não pega, mas nesses modelos eles pegam e funcionam por alguns segundos
deixando confuso o diagnostico inicial.

O mesmo sensor quando fora de fase (correia dentada com sincronismo errado) ou com
leitura errada (sinal fora do padrão) faz com que pare de funcionar uma sequência de
ignição, o que também se leva a acreditar que é um problema elétrico.

Então, não adianta pegar o aparelho de diagnose e achar que ele vai te dar a solução,
porque não vai. É preciso olhar os dados e montar o diagnóstico, identificar se a falha é
um defeito ou se é um aviso, pois o carro hoje apresenta este recurso para se auto
preservar, evitando, assim, danos maiores aos sistemas.

O reparador deve, assim, prestar atenção aos sensores de entrada e saída de dados. O
principal sensor de saída é o de oxigênio, também conhecido como sonda lambda,
responsável por analisar a combustão na câmara do motor e dizer ao módulo se a
queima está estequiométrica ou não. A partir desse dado, e das demais informações
passadas pelos sensores de entrada, a ECU decide se aumenta ou reduz o tempo de
injeção.

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