Venda de
óleos lubrificantes a granel é uma das soluções encontradas para diminuir a
poluição do planeta por conta do descarte de embalagens plásticas. Mais barato
e econômico, o sistema vem ganhado espaço nas oficinas do Brasil
Victor
Marcondes
Uma forma diferente de comercializar óleos lubrificantes está invadindo as oficinas nacionais. Ao invés de eliminar quilos e quilos de embalagens no lixo, os profissionais da reparação preferem ter o controle exato do produto dentro de um barril especial conhecido como granel. Apesar de não ser uma novidade no mercado, são poucos os estabelecimentos que utilizam esta alternativa. E não é por acaso, afinal, mesmo com a chancela dos seus mecânicos de confiança, os motoristas ainda dão preferência para as embalagens tradicionais.
Uma forma diferente de comercializar óleos lubrificantes está invadindo as oficinas nacionais. Ao invés de eliminar quilos e quilos de embalagens no lixo, os profissionais da reparação preferem ter o controle exato do produto dentro de um barril especial conhecido como granel. Apesar de não ser uma novidade no mercado, são poucos os estabelecimentos que utilizam esta alternativa. E não é por acaso, afinal, mesmo com a chancela dos seus mecânicos de confiança, os motoristas ainda dão preferência para as embalagens tradicionais.
Os
granéis são tambores que, geralmente, comportam 200 litros, ou conforme a
necessidade da empresa, e são abastecidos com o mesmo produto vendido nos
vasilhames comuns, que têm bem menos litros. Basicamente, o negócio se
diferencia porque o consumidor paga apenas pelo volume que será aplicado em seu
veículo, evitando desperdícios ou sobras.
O gerente
de marketing de Pesados da Castrol, Fabio Aubin, comenta como isso acontece na
prática. “Um cárter de carro pode ter capacidade para 3,7 litros. O dono deste
carro precisará comprar 4 litros de óleo na embalagem tradicional, ou seja,
estará comprando mais óleo do que precisa. Com o granel o consumidor pagará
pelo volume que realmente precisa. Além disso, o preço do granel é um pouco
mais em conta do que o das embalagens comuns.”
A
coordenadora de qualidade de produtos da Petrobras Distribuidora, Izabel
Tereza, confirma como os benefícios acabam atingindo o bolso do motorista. “O
consumidor final terá como vantagem o preço inferior em cerca de 10%, pois
neste caso ele não estará pagando pela embalagem plástica. Por haver um
medidor, existe mais precisão do volume que está sendo colocado no motor de seu
carro”.
Para
vender neste sistema é preciso que a oficina tenha um espaço para instalação de
um equipamento específico para bombear o produto. Pode ser por compressão a ar
ou manual, dependendo da distribuidora. O sócio-administrador da Redave Peças e
Serviços, Helton Rech, que passou a utilizar barris em prol do meio ambiente,
fala dos investimentos que fez em sua loja. “Cada tambor de óleo utiliza uma bomba.
Colocamos o produto em jarras transparentes com medidas, para termos a certeza
que estamos aplicando na quantidade correta. Cada bomba custou em média R$
300,00.”
Ele
afirma que começou a ver vantagens no granel desde que implantou em seu centro
automotivo. “A primeira é o custo do produto que é inferior ao do óleo nas
embalagens plásticas, a segunda é a redução da quantidade de frascos que temos
que encaminhar para aterros especializados, já que não podem ser destinados
para o lixo reciclável comum. O armazenamento do produto também é outro ponto a
favor, pois ocupa menos espaço do que as caixas de óleo.”
Convencendo
o cliente
Infelizmente,
o consumidor ainda não confia suficientemente nesta nova maneira de comprar
lubrificante. A credibilidade acaba quando se desconfia que pode haver
adulteração do conteúdo do barril. A solução para isso, segundo Andrea T.
Alves, coordenadora de marketing da Cosan - Lubrificantes Mobil, “é mostrar o
lacre numerado de segurança na entrada dos mini-tanques com a data e nota
fiscal da ultima entrega e expor o Certificado de Qualidade em local visível.”
Para
conquistar o cliente, Helton diz que o seu argumento é comparar o granel com os
frascos comuns. “Digo que o óleo que estamos oferecendo tem a mesma qualidade
que o embalado, sendo o mesmo produto é da mesma marca que nossa empresa sempre
comercializou. Em alguns casos chegamos a mostrar a nota fiscal da fábrica,
comprovando que o óleo é da referida empresa.”
Além de
mostrar a nota fiscal, a Castrol recomenda que o aplicador trabalhe com
processos de segurança, qualidade e profissionalismo. “As lojas Castrol Auto
Service ou mesmo lojas bandeiradas de outras grandes empresas do setor, passam
por diversas auditorias que dão maior credibilidade ao consumidor”, diz Fabio.
Porém, ele diz que mesmo assim isso não garante 100% de credibilidade, o que
faz com que este segmento enfrente uma grande barreira para crescer nas lojas
mecânicas e super trocas.
A
validade do produto é outro fator que o aplicador deve sempre estar atento. O
prazo pode variar de uma marca para outra. Por exemplo, no caso da Petrobras o
tambor deve ser esgotado em até seis meses. O óleo lubrificante da Mobil, por
sua vez, pode durar até 60 meses. Já a Castrol afirma que o tempo deve ser
verificado na etiqueta de cada granel, pois pode variar dependendo da fórmula.
Benefícios
ambientais
Sem
dúvidas, a sustentabilidade nesta forma de comercializar óleo para motor é o
grande mote para a continuação e insistência neste mercado. “A redução de lixo
produzido é a principal vantagem para o meio ambiente. Gostaria que as oficinas
mecânicas do Brasil passassem a usar mais este formato, para acostumar os
clientes na procura por este tipo de produto”, analisa Helton. De acordo com
ele, sua empresa comercializa em média quatro tambores de 200 litros por mês.
“Isso gera uma redução de 800 embalagens que não precisam ser descartadas no
lixo.”
Com as
vendas de lubrificantes a granel, a Mobil conseguiu diminuir a produção de
embalagens plásticas, evocando sua responsabilidade ambiental, tida como pilar
fundamental para os negócios da marca. “Desde 2006, quando a companhia iniciou
as vendas a granel, mais de 16 milhões de embalagens deixaram de ser
utilizadas, para benefício do meio ambiente”, conta Andrea.
Agindo
com a mesma fórmula de produção, a Petrobras estima que a não fabricação de 200
embalagens de 1 litro do óleo equivalem a menos 2,5 toneladas de CO2 emitidas
na atmosfera. A Castrol, por sua vez, afirma enxergar os benefícios que a venda
de lubrificante em tambor proporciona ao planeta, mas prefere omitir estes
dados estratégicos.
A palavra
sustentabilidade nunca foi tão amplamente empregada como nos tempos atuais. A
insistência não é por acaso, está obrigando a indústria a desenvolver novas
formas de comercializar produtos já consolidados no mercado. São projetos
simples e inovadores como o granel que ajudam a refletir o consumo consciente,
mais responsável. Apostar neste novo método também convida motoristas a
repensar a forma de adquirir lubrificante para o motor do veículo. O processo é
novo, mas tem tudo para dar certo. Para o mecânico não custa nada tentar e
incentivar.
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